03 julho 2011

um passo a frente e ... você não está mais no mesmo lugar!!!


...pois então, fomos prá rua e essa foi a impressão da Ana Morakes (Jubaléia)

A ida pra rua no dia 02 de julho de 2011 foi bem diferente das experiências anteriores. Um grupo pequeno mergulhado numa grande, enorme São Paulo - cidade que inibe os artistas de se apresentarem nas ruas, nas praças, nos metrôs e os proíbe de angariarem o sustento com seu trabalho. Quem disse que São Paulo é a terra das oportunidades? Cercada de polícia em todos os lugares e que impede qualquer tipo de aglomeração em prol da ordem estabelecida.
Em São Paulo é preciso pagar, e pagar caro, para assistir teatro; ele está cada vez mais elitizado. Nem por isso deixamos de cumprir o papel quixotesco de lutar contra os moinhos de vento, e partimos. Fizemos. Passeamos, brincamos, alegramos, rimos e fizemos rir. A proximidade com o público em situações inusitadas é sempre enriquecedora. Na rua, as pessoas não estão preparadas e toda situação que daí surge é uma prova. Que fazer diante de um sorriso, de um olhar curioso, de um comentário, de uma rejeição? Só na prática saberemos. De nada adiantam os manuais sem a experiência... é preciso ir e “fazê”! Até porque vivemos em tempos “em que falar de arvores é quase um crime” e “rir é praticar bullying”. Muitas pessoas reagem ao riso como reagem a uma ofensa; diante de uma realidade tão séria, chata, opressora, violenta, a alegria virou uma ofensa grave - outro moinho a ser combatido! Sejamos ridículos! Vamos celebrar e cultivar o riso e também a arte. Mas não um
riso nem uma arte descomprometidos, que reproduzem preconceitos e discriminação, e sim que se posicionem diante dessa realidade. E se posicionar é ocupar um lugar no mundo e o mundo foi feito pra ser ocupado. É preciso estar onde ninguém quer estar, é preciso fazer o que muitos não querem fazer, é preciso aproximar do teatro e da arte em geral aqueles que estão marginalizadas por uma elite artística que, na maioria das vezes, se quer faz arte. O teatro precisa resgatar sua capacidade de aproximar, de fazer pensar, de transformar... O teatro ata, e não desata... e ao invés de fazermos pose de artistas, precisamos assumir esse papel. Vam fazê! BRANCA! BRANCA! BRANCA!

vam fazê!!! e quem quiser que nos siga!!!

Evoé Jubaléia!!!

Um comentário:

Débora Kikuti - contadora de histórias disse...

Demais! Adoro essas andanças...as suas, as minhas, as nossas...Isso messs, só fazendo pra se ter noção do que se faz...ou, no mínimo, uma pista...
Esse negócio de manual e técnicas me dão um bóde tremendo...não é de verdade...são as fôrmas que uma galera cria, acreditando que tod@s entraremos nela...E é justamente assim: na hora do vamo vê, se não se tem a vivência, o frio no estômago de ir pra rua e ser aceito - ou não - o bicho péga legal! Aí, não tem manual nem técnicas apuradas que lhe tirem do apuro de não saber o que fazer. E, o que é pior, com crachá de artista. Lindo trabalho!!! Evoé, branca!

Cuidado que ainda está quente!!

É um absurdo o tédio da vida moderna !!!
E nós resolvemos fazer um blog - ou seria um diário?- de galhofa para galhofeiros.
Dois pontos, entre outros, são difíceis nesta façanha:
Primeiro, a concorrência com o nosso maior plagiador "Cirque du Soleil" e segundo fazer galhofa num país onde ultimamente todo mundo se leva terrívelmente à sério.
Não! Não vamos desperdiçar seu "valioso tempo" narrando as desventuras desse esfarrapado exército contra o gigante deus do Mercado... pois você não entrou nesse diário - ou seria um blog? - para ouvir lamúrias e nem vamos achar que humor é coisa tão importante a ponto de derrubar o governo de Omã, se é que lá tem governo.
Queremos com esse diário-revista-jornal-blog-gibi apenas cutucar embaixo do braço do ser humano pra ver se o "infeliz" acorda !!

Ass: Brancaleone
Somos um exército de feios, sujos e esfarrapados...palhaços de um circo sem lona que tem o Sol, a Lua, a Chuva, a Rua, a Praça e o Povo... Que são espectAtores daquilo que realizamos...