...pois então, fomos prá rua e essa foi a impressão da Ana Morakes (Jubaléia)
A ida pra rua no dia 02 de julho de 2011 foi bem diferente das experiências anteriores. Um grupo pequeno mergulhado numa grande, enorme São Paulo - cidade que inibe os artistas de se apresentarem nas ruas, nas praças, nos metrôs e os proíbe de angariarem o sustento com seu trabalho. Quem disse que São Paulo é a terra das oportunidades? Cercada de polícia em todos os lugares e que impede qualquer tipo de aglomeração em prol da ordem estabelecida.
Em São Paulo é preciso pagar, e pagar caro, para assistir teatro; ele está cada vez mais elitizado. Nem por isso deixamos de cumprir o papel quixotesco de lutar contra os moinhos de vento, e partimos. Fizemos. Passeamos, brincamos, alegramos, rimos e fizemos rir. A proximidade com o público em situações inusitadas é sempre enriquecedora. Na rua, as pessoas não estão preparadas e toda situação que daí surge é uma prova. Que fazer diante de um sorriso, de um olhar curioso, de um comentário, de uma rejeição? Só na prática saberemos. De nada adiantam os manuais sem a experiência... é preciso ir e “fazê”! Até porque vivemos em tempos “em que falar de arvores é quase um crime” e “rir é praticar bullying”. Muitas pessoas reagem ao riso como reagem a uma ofensa; diante de uma realidade tão séria, chata, opressora, violenta, a alegria virou uma ofensa grave - outro moinho a ser combatido! Sejamos ridículos! Vamos celebrar e cultivar o riso e também a arte. Mas não um
riso nem uma arte descomprometidos, que reproduzem preconceitos e discriminação, e sim que se posicionem diante dessa realidade. E se posicionar é ocupar um lugar no mundo e o mundo foi feito pra ser ocupado. É preciso estar onde ninguém quer estar, é preciso fazer o que muitos não querem fazer, é preciso aproximar do teatro e da arte em geral aqueles que estão marginalizadas por uma elite artística que, na maioria das vezes, se quer faz arte. O teatro precisa resgatar sua capacidade de aproximar, de fazer pensar, de transformar... O teatro ata, e não desata... e ao invés de fazermos pose de artistas, precisamos assumir esse papel. Vam fazê! BRANCA! BRANCA! BRANCA!
vam fazê!!! e quem quiser que nos siga!!!
Evoé Jubaléia!!!
Um comentário:
Demais! Adoro essas andanças...as suas, as minhas, as nossas...Isso messs, só fazendo pra se ter noção do que se faz...ou, no mínimo, uma pista...
Esse negócio de manual e técnicas me dão um bóde tremendo...não é de verdade...são as fôrmas que uma galera cria, acreditando que tod@s entraremos nela...E é justamente assim: na hora do vamo vê, se não se tem a vivência, o frio no estômago de ir pra rua e ser aceito - ou não - o bicho péga legal! Aí, não tem manual nem técnicas apuradas que lhe tirem do apuro de não saber o que fazer. E, o que é pior, com crachá de artista. Lindo trabalho!!! Evoé, branca!
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